Severino, João, Chico, Sebastião. Lá vem você, herói do campo. Enxada nas costas, pés rachados e um bom coração. Cantarolando na viola, fazendo repente. “Que bonito o meu sertão das antigas tradições”. Sem vergonha, nem medo, veste a roupa de festa e vem pra cidade cantar. Saudar o santo padroeiro, celebrar o Natal, fazer prece por chuvas no próximo ano, agradecer e oferecer os frutos das boas colheitas. Sorriso amplo e simplicidade no olhar. Ele coloca a roupa mais bonita, pega sua viola, sobe em cima do caminhão e vem pra cidade cantando. Braveza espelhada na postura do homem trabalhador. Postura forte, passos firmes. Agricultor, um herói incansável.
Na batalha diária, o herói se refaz e reconstrói a si mesmo na perseverança incansável. O chão rachado pela secura dos dias sem água não é suficiente para desmoronar o castelo de forças do batalhador. Muralha de sonhos do trabalhador do campo. Aquele homem que inspira músicas, filmes, livros.
- Sertanejo, como é bom te cantar. Há beleza no seu jeito, há grandeza em seus gestos. Nos retalhos de cada atitude de firmeza diante das desventuras e do sufoco da labuta. È bonito de ver o homem do campo a carregar frutas e verduras na cabeça nas celebrações religiosas para agradecer a Deus as dádivas recebidas durante o ano que passou.
Por aqui passou Chico, sua viola, seus pensamentos e suas lições. Tudo isso me fez pensar. Nos retalhos do Seridó há sempre muito a revelar e na alma do sertanejo, um universo particular. Nessas cenas e nesses encontros que proporcionados pelo inusitado é quase impossível não enxergar os detalhes de cada ser humano como um espetáculo à parte, mais um pedaço do mundo a desvendar. Marcas no rosto e mãos firmes. Ao olhar a expressão daquele trabalhador, comecei a divagar em pensamentos e perguntas. Qual seria o maior sonho daquele senhor? Quantos filhos ele tem? O que planta em sua terra, se a tem? De que canto do Sertão ele vem? Em que bisaco deixou suas lembranças de menino?
Perguntas respondidas apenas pelas viagens da imaginação. Segredos do herói que nem sei se já se percebeu herói. Herói do campo, o herói algumas vezes esquecido. Herói inspirador. Herói que sem perceber carregamos dentro de nós mesmos. Heróis que nos incentivam com seus exemplos de vida a continuar a colher sonhos, contar histórias e caminhar.
Por Marline Negreiros
Na batalha diária, o herói se refaz e reconstrói a si mesmo na perseverança incansável. O chão rachado pela secura dos dias sem água não é suficiente para desmoronar o castelo de forças do batalhador. Muralha de sonhos do trabalhador do campo. Aquele homem que inspira músicas, filmes, livros.
- Sertanejo, como é bom te cantar. Há beleza no seu jeito, há grandeza em seus gestos. Nos retalhos de cada atitude de firmeza diante das desventuras e do sufoco da labuta. È bonito de ver o homem do campo a carregar frutas e verduras na cabeça nas celebrações religiosas para agradecer a Deus as dádivas recebidas durante o ano que passou.
Por aqui passou Chico, sua viola, seus pensamentos e suas lições. Tudo isso me fez pensar. Nos retalhos do Seridó há sempre muito a revelar e na alma do sertanejo, um universo particular. Nessas cenas e nesses encontros que proporcionados pelo inusitado é quase impossível não enxergar os detalhes de cada ser humano como um espetáculo à parte, mais um pedaço do mundo a desvendar. Marcas no rosto e mãos firmes. Ao olhar a expressão daquele trabalhador, comecei a divagar em pensamentos e perguntas. Qual seria o maior sonho daquele senhor? Quantos filhos ele tem? O que planta em sua terra, se a tem? De que canto do Sertão ele vem? Em que bisaco deixou suas lembranças de menino?
Perguntas respondidas apenas pelas viagens da imaginação. Segredos do herói que nem sei se já se percebeu herói. Herói do campo, o herói algumas vezes esquecido. Herói inspirador. Herói que sem perceber carregamos dentro de nós mesmos. Heróis que nos incentivam com seus exemplos de vida a continuar a colher sonhos, contar histórias e caminhar.
Por Marline Negreiros
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