27 de jul. de 2010

Profissão POLÍCIA


quantas vezes não nos orgulhamos em dizer que somos policiais? A profissão policia orgulha a muitos e é invejada por vários que não tiveram a oportunidade de entrar para esse rol seleto de homens nobres que engrandecem a nossa nação, pela preservação da ordem. Por outro lado quantos colegas não já foram vistos e ouvidos lastimando ser policia e maldizendo a profissão ou oficio que lhe foi oferecido pelo seu próprio esforço?

Será que você já reparou nisso e procurou dentro de si motivos para justificar tal leviandade?
Há anos venho pesquisando o perfil dos nossos policiais e agora... Só agora, posso concluir pelo menos uma verdade: o ser humano foi projetado para ser útil e só sendo útil ele se completa.

Mas afinal o que é ser útil, nesta ótica?

Que o mundo se completa pelas nossas diferenças você já sabe e que para que ele funcione bem é necessário a interligação das várias funções humanas também. Mas não lhe será surpresa se você chegar à conclusão de que os que vivem por reclamar são justamente os que não conseguem ser úteis na sua totalidade. A realização profissional é um desejo de todos, e isso só será possível no momento em que decidirmos o que queremos e podemos fazer.

Queremos e podemos fazer policia? Sim! Então tomemos algumas atitudes necessárias: abracemos o que temos e escolhemos, para que não venhamos a abrir a guarda para o ostracismo. Será necessário que façamos a nossa parte naquilo que nos cabe por responsabilidade, para não atrapalharmos a engrenagem da vida social. Dela depende também nosso bem estar. É o Fordismo da vida em sociedade: É como uma linha de montagem, cada operário monta uma peça e se um deles deixar de aplicar a sua, a máquina não funciona a contento.

Apliquemos então a nossa peça com qualidade e dedicação. Se a corporação não nos condiciona a tanto, lembremo-nos, que acima de construirmos a esta, estamos construindo a nossa imagem, e isso sim, é fundamental.

Quantos maldizem a policia e não saberiam fazer outra coisa se saíssem dela? Já viu alguém ser excluído e não lutar para voltar?

Ser policia é ser forte, ter respeito, ter dignidade, ter autoridade. Ser policia é ser o estado em pessoa. Quantos policiais se portam como autoridade em toda sua plenitude. Quantos já repararam que o poder de policia de um soldado recruta é do tamanho do poder de policia de um coronel?

O desgaste da nossa imagem frente ao mundo atual se dá pela própria ignorância de nosso papel na sociedade. Se somos policia, estudemos policia, para que não nos envergonhemos em situações adversas sem sabermos como nem por onde agir. A sociedade que chama a policia nos casos extremos espera uma resposta satisfatória. Antes de por a culpa naquele que não está, ou se justificar por aquilo que não tem, veja o que você pode fazer com os que estão e com o que tem, pois aquele que lhe chamou para mediar o conflito espera uma resposta satisfatória de sua parte e pode até não saber o certo, mas certamente saberá perceber o erro se esse vier a acontecer.

Se você deixar de perseguir o criminoso por que a justiça é falha, você deixa de fazer a sua parte e contribui ainda mais para a impunidade. Fazer a nossa parte até onde nos cabe, deve nos deixar satisfeitos e com o sentimento do dever cumprido. Nosso papel não é o de condenar, punir, aplicar à pena. E se lá na frente isso não acontece, que isso pese em outra consciência que não seja a nossa.

Quando a gente consegue ser útil estamos nos aproximando da satisfação pessoal e pondo por terra todos os desejos profanos que nos esquivam do trabalho digno. Já reparou que manjar dos deuses é o sentimento do dever cumprido?

Quando educamos nossos filhos, nós mesmos os direcionamos, a esperar o melhor de seus pais. E quão gratificante para eles é ver-nos citados como bom exemplo. E se tudo que gratifica a nosso filho por conseqüência nos gratifica completamo-nos nessa reciprocidade lógica e necessária.

Será que essa engrenagem chamada policia militar não funciona bem, porque muitos não aplicam a sua peça de modo eficaz na linha de montagem? Ora, se é um organismo, precisa que todas as peçam funcionem bem e não temos assim espaço para lástimas e lamentações, pois a linha de montagem não nos permite parar para chorar.

O comodismo não pode fazer parte da nossa empreitada, mas antes de exigirmos uma postura diferente de nossos superiores (de governos a cadeia interna) precisamos passar o visto na nossa própria postura, afinal, em um organismo não existe órgão que não seja importante. Coloquemos-nos sempre como capazes e necessários e isso certamente diminuirá nossa angústia nos fazendo úteis, então completos.

E amanhã brademos com orgulho: nossa profissão é policia.

Por cabo PM Marcos Teixeira

Acadêmico de direito, sociólogo, poeta e pensador, atuante no efetivo do 8º BPM/RN.

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