13 de ago. de 2010

POLICIAIS BANDIDOS CONTINUAM NA MIRA

A comissão de delegados que foi criada para investigar a atuação de grupos de extermínio que estariam agindo na Grande Natal e cidades do interior do Rio Grande do Norte, inclusive Mossoró, está caminhando "a passos longos". Na segunda-feira passada, um comerciante acusado de ter contratado o grupo para matar uma pessoa e ter sido o mandante de uma tentativa de homicídio frustrada foi preso. Vários policiais acusados de integrar o grupo de extermínio já foram presos. Um dos primeiros passos da operação foi em Mossoró, quando um sargento da PM foi preso.
A última prisão realizada pela comissão que investiga a ação de grupos de extermínio foi contra o comerciante Eronildes Cândido de Oliveira, preso na segunda-feira passada, 9. Ele é acusado de ser o mandante de um homicídio e uma tentativa de homicídio, o que reforça ainda mais as informações que vinham sendo levantadas há vários meses pelos policiais que investigam o caso. Segundo a Polícia, existem provas robustas - testemunhos, objetos apreendidos e filmagens estão com a Polícia - acerca da participação de policiais militares em grupos de extermínio e pistolagem.
A investigação teve início a partir da formação de uma comissão composta por vários delegados de unidades especializadas. Esses policiais passaram a apurar os crimes com característica de execução na Grande Natal e, depois, em outros municípios. Durante o curso dos inquéritos, verificou-se que suspeitos de pistolagem, especialmente de casos ocorridos na zona norte de Natal, faziam parte do círculo de amizade de policiais militares lotados, principalmente, em São Paulo do Potengi. A Polícia Civil, então, passou a verificar esse elo entre os suspeitos e os policiais militares.
O processo foi desencadeado em etapas devido à necessidade de sigilo e continuidade das diligências. Foi necessária, inclusive, a colaboração da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em algumas operações. Uma delas foi justamente em Mossoró, quando o sargento João Francisco de Souza, 50, foi preso com mais dois. Ele seria um dos fornecedores de armas e munição da quadrilha. Entretanto, o ponto alto da investigação foi a deflagração, no dia 10 de junho, das Operações "Jabulani" e "Laduma". A polícia prendeu 11 pessoas investigadas dentro do esquema.
Entre os presos estão três policiais militares. Foram apreendidas 22 armas de fogo, vasta munição e meia tonelada de pólvora. Os seis acusados de envolvimento em crimes de morte são os PMs Sandro Richele de Araújo e Marcos Valério de Medeiros Dantas, além de Wesley Breno de Araújo, Márcio Valério (irmão do PM Marcos), Everaldo Matias, além do comerciante Eronildes Cândido. Os outros presos são investigados pelo tráfico de armas e, alguns, por envolvimento em homicídios. Com essas prisões, a Polícia diz acreditar que o grupo tenha acabado.


Fonte: Jornal de Fato

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