Estradas brasileiras são terra de ninguém
Durante três semanas, a equipe do Fantástico cruzou o Brasil na boleia de um caminhão! Foram quase dez mil quilômetros, do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte. Flagramos de tudo! Barbeiragens terríveis, venda livre de drogas, corrupção policial e saques em caminhões acidentados. A reportagem mostra uma viagem por estradas que são terras de ninguém.
PM PEDINDO PROPINA
O carro em que viaja parte da nossa equipe também foi parado uma só vez, em um posto da Polícia Rodoviária Estadual, na via costeira, em Natal, Rio Grande do Norte. O PM fala que seremos multados por causa dos vidros escuros. Sem saber que se trata de uma reportagem, o policial pede ao nosso motorista que o acompanhe.
O carro em que viaja parte da nossa equipe também foi parado uma só vez, em um posto da Polícia Rodoviária Estadual, na via costeira, em Natal, Rio Grande do Norte. O PM fala que seremos multados por causa dos vidros escuros. Sem saber que se trata de uma reportagem, o policial pede ao nosso motorista que o acompanhe.
Policial: São de onde?
Repórter: De São Paulo. Eu sou turista.
Dentro do posto, ele pede propina.
Policial: Vou dar um jeito aqui para quebrar seu galho, entendeu?
Repórter: Tá bom.
Policial: Você desenrola ai?
Repórter: Quanto que é o café? R$ 15 tá bom?
Policial: Tá.
O policial coloca o dinheiro no bolso. O Fantástico vai encaminhar a denúncia às autoridades do Rio Grande do Norte.
“Ele vai ter o direito da ampla defesa e do contraditório e no final, será dado o veredito pelo comando da corporação”, disse o comandante geral da PM no Rio Grande do Norte, o Coronel Francisco Araújo.
CÚPULA DA PRF COMPROMETIDA
E como agem alguns dos integrantes da cúpula da Polícia Rodoviária Federal? O Fantástico obteve gravações de duas reuniões.
Uma, com o coordenador geral de operações, Alvarez Simões; e outra, em áudio, com o superintendente do Ceará, Ubiratan Roberto de Paula.
Para cerca de 30 policiais, em 2006, o superintendente do Ceará fala de um deputado federal, que teve o carro apreendido e ficou furioso. Ele não revela o nome do político. “Isso vai repercutir lá dentro do Congresso Nacional”, diz na gravação.
Ubiratan Roberto de Paula pede aos colegas uma tolerância especial antes de multar políticos e empresários, chamados de parceiros.“Um parceiro. O que é isso? Você ter uma tolerância. Eu estou pedindo pra vocês tolerarem uma pessoa inabilitada? Eu não estou pedindo. Mas que vocês usem o bom senso”, afirmou
Procuramos Ubiratan de Paula quarta-feira passada. No mesmo dia, ele pediu demissão do cargo. Alegou motivo de saúde e disse que jamais solicitou a qualquer policial que não aplicasse multa.
Alvarez Simões, do primeiro escalão da Policia Rodoviária Federal. O coordenador geral de operações fala em uma reunião só com policiais, em novembro passado (veja no vídeo).Entre os assuntos, o envio de policiais rodoviários para ajudar no combate a criminosos e na ocupação do Morro do Alemão, no Rio de Janeiro.
“A gente vive dessa imagem, dessa imagem que, quem é especialista sabe, não resolve. O que resolve é a coisa paulatina, todo dia. Mas, para dar uma resposta para opinião publica, tem que fazer a firula. Então, estamos lá fazendo a firula com todo mundo”, assume.
No dicionário, firula quer dizer rodeio, floreio. Procurado pelo Fantástico, o coordenador geral deu a seguinte explicação.
Alvarez Simões: Firula é um jargão nosso, um jargão interno, que diz respeito a uma atividade diferenciada com maior número de efetivo, que tem como objetivo mostrar uma presença maior. Para que a sociedade sinta essa percepção de estar segura.
Repórter: Não é no sentido pejorativo, então?
Alvarez Simões : De modo algum.
Em nossa viagem, passamos por mais de 70 postos da Polícia Rodoviária Federal. Não vimos ninguém sendo fiscalizado.
Além disso, o Fantástico encontrou três postos em completo abandono. Em um deles, em Terra de Areia, Rio Grande do Sul, a impressão é que as pessoas saíram às pressas, deixando para trás papelada e peças de bafômetros. Aparentemente eram peças novas, abandonadas, jogadas.
“O relato de todos os colegas, Brasil afora, é que a Policia Rodoviária Federal, infelizmente está parada, em virtude da falta de efetivo e a falta de planejamento administrativo”, afirma Tássio Melo da Silveira, presidente do Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais.
Em postos de Sergipe, Paraíba e Pernambuco, carros apreendidos - que deveriam ser leiloados - ficam esquecidos nos pátios. Um deles fica em Aracaju.
É impressionante como o mato já tomou conta de todo o local. A direção geral da Polícia Rodoviária Federal não quis gravar entrevista. Escalou para falar o coordenador Alvarez Simões - o mesmo que aparece na gravação falando em firula.
“O efetivo é muito abaixo da demanda. O nosso efetivo hoje gira em torno de nove mil policiais. Qualquer estrada é vulnerável. Os números demonstram essa fiscalização. Diariamente, são mais de 25 mil procedimentos de fiscalização, são mais de 80 toneladas de apreensão de maconha por ano. Mais de 100 toneladas de cocaína”, explica.
A Polícia Rodoviária Federal é subordinada ao Ministério da Justiça. Mostramos para o ministro os flagrantes de venda de drogas e de postos abandonados. Ele também viu as duas gravações obtidas pelo Fantástico.
“A postura que foi aqui vista das autoridades que dirigem este órgão é realmente inaceitável. Abriremos apuração devida através de sindicância e abriremos processos disciplinares para punir autoridades que não se comportam a altura das responsabilidades que a instituição exige”, afirma o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo.
Leiam a reportagem completa a seguir clicando AQUI:
Fonte: Cb Heronides
Que explicação mais cinematográfica,criativa e sem nexo nenhum do Alvarez Simoes,isso é pisotear na inteligencia alheia...Todos sabem que mandar PRF pra morro é só pra fazer média mesmo,que não tem gente nem pra trabalhar nas BRs.só pra sair a manchete que todas as policias estavam envolvida na atividade circense..
ResponderExcluirporque não sustentou a opinião,ao invés de querer dar um balão menosprezadno ,aí sim ,a inteligencia dos outros,
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