10 de mai. de 2011

ESQUEMA DO DETRAN DA PARAÍBA CHEGA A MARCELINO VIEIRA NO INTERIOR DO RN

A cidade de Marcelino Vieira, situada na região do Alto Oeste potiguar, está envolvida no esquema de corrupção que comprava Carteiras Nacionais de Habilitação (CNH) pelo Correio. O nome do município apareceu nas investigações da polícia da Paraíba, que desvendou o esquema atuando nos municípios de Campina Grande, Sousa, Taperoá, Umbuzeiro e Alhandra, onde foram cumpridos 15 mandados de prisão e 20 de busca e apreensão na semana passada, durante a Operação Medusa. As ramificações da quadrilha também atingem vários estados do Nordeste e o Rio de Janeiro.

O sistema fraudulento da Paraíba funcionava de forma parecida com o existente no Rio Grande do Norte, denunciado por O Poti/Diário de Natal, no mês de março, quando foi mostrado o envolvimento de autoescolas e funcionários do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-RN) na venda de CNHs. Segundo o corregedor do Detran-PB, Walber Virgulino, Campina Grande virou um pólo de falsificação do documento.

Para emitir as carteiras de pessoas residentes em outros Estados a quadrilha utilizava endereços falsos. "Eles pegavam uma conta de energia e mudava apenas o nome e muitos dos endereços eram da Zona Rural, sítios, sem nome de rua", apontou o corregedor. No caso de Marcelino Vieira, a participação era na compra das CNHs via correiro. Apesar de não estar diretamente ligado ao esquema, Walber acredita que existam agenciadores no município fazendo a ligação com a quadrilha paraibana.

Todo o esquema acontecia com a participação direta de funcionários do Detran-PB, despachantes e os coordenadores das autoescolas. A estimativa é que 100 mil documentos tenham sido emitidos de forma irregular, o que estaria acontecendo há mais de 10 anos. De acordo com Walber, o valor lucrado por cada carteira girava em torno de R$ 1.300 e R$ 1.500. Quem comprava o documento arcava com todos os custo e ainda pagava esse valor aos agenciadores.

A iniciativa das investigações partiu do Detran da Paraíba, que já realizava a apuração de denúncias. O trabalho ganhou reforço depois que a Polícia Rodoviária Federal, durante uma fiscalização de rotina, flagrou um condutor analfabeto funcional conduzindo um veículo automotor, colocando em risco a segurança dos demais usuários da rodovia.
 
Fonte: DN online

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