15 de abr. de 2011

"JUVENTUDE TEM ACESSO FÁCIL A ARMAS", CRITICA ESPECIALISTA

Marcos Dionísio,
especialista em Direitos Humanos
O especialista em direitos humanos Marcos Dionísio criticou a forma como o Brasil encara a problemática do tráfico de armas e explicou que as facilidades com que os jovens podem adquirir uma arma contribui para tragédias como a registrada em Realengo, no Rio de Janeiro. Aqui no Rio Grande do Norte, Marcos integra Comitê Potiguar pelo Desarmamento.

Na manhã desta sexta-feira (15), ele participou do Jornal 96, da 96FM, e falou que o Brasil precisa de uma vez por todas que seu sistema de segurança comece a funcionar.

“Se você for seguir o rasto das armas ilegais, você vai encontrar maus policiais por trás. No Brasil uma arma sai legal e volta ilegal. As fronteiras são queijos suíços. A própria Forças Armadas abriu os olhos para a forma como estava cuidando das suas armas”, revela Dionísio.

De acordo com ele, um novo plebiscito para proibir a venda de armamento não vai resolver a situação. “É preciso que as outras políticas públicas cheguem, como a iluminação dos bairros, que é fundamental. Essa conversa de homem de bem ou homem de mal portando arma não existe. A gente está acostumado a ver ‘homens de bem’ matando suas esposas ou outras pessoas. Arma de fogo não é uma boa conselheira”, destaca.

Sobre o atentado em Realengo, que deixou doze adolescentes mortos, Marcos Dionísio comentou: “é absolutamente impossível você prevê que um caso como aquele vai acontecer. Inclusive, podem acontecer outros. As pessoas acham absurdo, mas esquecem que aqui mesmo no Rio Grande do Norte nós tivemos um caso em São Gonçalo”, lembra.

Ainda de acordo com o especialista em direitos humanos, o responsável pelo massacre de Realengo não tinha histórico de violência. Além disso, a ação dele só foi potencializada pela facilidade com que o rapaz teve acesso a uma arma de fogo.

Dionísio criticou a iniciativa do presidente do Senado, José Sarney de querer realizar um novo plebiscito sobre o desarmamento. “Se a cada tragédia a gente for querer mudar a legislação, o Congresso não vai fazer mais nada”.

Fonte: nominuto.com

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